04/01/08

Resultados da Sondagem sobre a Barragem.

Em 30/11/2007, propus uma votação que consistia em saber quem concordava ou discordava com a hipotética construção de uma barragem na zona da Assureira de acordo com o designado «Projecto de Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico» (PNBEPH).

Terminada a votação importa conferir os resultados:

- Número total de votos: 47

- Percentagem de votos contra a construção da barragem: 61% (29 votos)

- Percentagem de votos a favor da construção da barragem: 36% (17 votos)

- Percentagem de votos que reflectem indiferença quanto à construção da barragem : 2% (1 voto).

Note-se que, por força dos arredondamentos, a soma das percentagens não dá 100%, mas antes 99%.

Em termos conclusivos importa dizer que estes números valem o que valem, mas pelo menos ressalta a ideia que a larga maioria dos votantes se preocupa com o impacto negativo que a eventual construção da barragem poderá acarretar para a zona de Castro em questão e que se podem sintetizar em quatro aspectos:

1)Alteração irreversível da paisagem.

2)Alteração irreversível do clima.

3) Submersão de uma ponte de feitura antiquíssima (muito provavelmente medieval): - A ponte do Bago.

4) Destruição de milhares de Carvalhos (grande parte deles centenários), que se trata de uma espécie cada vez mais rara e preciosa, não só em Castro como no resto do país.

Os números também demonstram que a maioria dos votantes não foram sensíveis às eventuais vantagens que poderão decorrer da construção da barragem e que, a meu ver, se poderão sintetizar em dois aspectos:

1) Valorização dos terrenos e das habitações dos lugares circundantes à albufeira da barragem (sobretudo dos lugares do Bago de Baixo, Bago de Cima e Ameixoeira).

2) Incremento da oferta turística, através, por exemplo, da implementação de actividades ligadas à náutica de recreio ou à pesca desportiva.

Como sabem, deixei bem claro desde o início que discordo em absoluto da construção da tal hipotética barragem e por isso congratulo-me com os resultados acima indicados, porém, isso não me impede de ter bem presente que estes resultados não tem qualquer base objectiva e que por isso mesmo não são extrapoláveis, nem se podem, a priori, confundir com a real opinião dos Castrejos sobre o assunto, isto muito embora saiba que corre, em Castro, um abaixo-assinado contra a construção da barragem.

Por último agradeço a todos os que se dignaram ter uma opinião sobre o assunto (concordante ou discordante) e, mais do que isso, tiveram interesse em demonstra-la participando na votação.

Obrigado a todos.

01/01/08

Receita de Ano Novo

Bô Ano de 2008 para todos!


De um dos maiores poetas que a humanidade teve a sorte de produzir até à presente data: - O brasileiro Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31/10/1902 - Rio de Janeiro, 17/08/1987), aqui vai uma

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.