26/12/07

Wise Up

Aqui vai, para todos os Castrejos no Mundo, a música mais bonita do Mundo.

E muito cuidadinho na estrada! Quero-vos ter a todos em 2008! Mesmo aqueles que não gostam de mim!

21/12/07

Um pequenito que o vivo sol da vida acarinhou

Torga outra vez; agora a acompanhar os meus votos de “Bô Natal” para todos.

HISTÓRIA ANTIGA

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.

Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;
E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

Miguel Torga, Antologia Poética, Coimbra, Ed. do Autor, 1981


BÔ NATAL

19/12/07

O Natal dos Cães


Sob o céu estrelado do Pólo os cães puxadores do trenó finalmente descansam. O dia foi rude e o dono também! Este nunca está contente, sempre a chicotear e a fazer-se puxar! Nunca tem um carinho ou um agradecimento…

- O que eu daria para poder viver uma bela aventura - suspira um dos jovens cães.

É então que o mais velho dos cães diz: - Bem depressa será Natal; no céu vai passar a Grande Rena conduzindo o Velho Homem. Vamos propor-lhe que este ano nos deixe puxar o seu trenó, para que a Rena repouse.

A ideia foi acolhida com alegria, e todos os cães adormeceram com os olhos cheios de estrelas.

Tradução livre da história de 17 de Dezembro das 365 Histoires d’animaux – Éditions Hemma – Belgique (autoria colectiva).

12/12/07

O sonho do cartógrafo


Dói-me a alma ao olhar para este mapa!

Dói-me ver uma terra conhecida pela união, pela fraternidade, pelo comunitarismo e pela ajuda mútua, retalhada em bocados coloridos por um cartógrafo alucinado, segundo as conveniências mais ou menos assumidas, de uns quantos indivíduos, que, para imporem as suas opiniões (enquanto escondem as suas reais e egoístas ambições!), estão a destruir um património afectivo criado por gerações e gerações de seres humanos que, unidos, lutaram desde tempos imemoriais contra um meio ambiente rude e hostil para criar uma terra que fosse boa e amiga para todos.

Este mapa, sonhado por um cartógrafo perverso e degenerado, não é o mapa da minha terra!

Aliás, a minha terra não precisa de mapas! Vai de Portelinha ao Ribeiro de Baixo e é demarcada pelos marcos iniciais da fronteira mais velha da Europa e pelas extremas das freguesias das boas gentes de Lamas de Mouro e da Peneda.

A minha terra é Dorna, é a Ameixoeira, é Barja Trabessa, é Campelo, é Curral do Gonçalo, é a Bila, é o Ribeiro de Cima, é a Adofreire, é o Bido…, a minha terra são todas as terras de Castro Laboreiro! E por isso é que a minha terra é a terra mais bonita do mundo.

A minha terra não precisa de mapas, porque nunca ninguém precisou de um mapa para amar a própria mãe!

05/12/07

Em meu nome NÃO!

No Jornal Regional.com foi publicada em 04/12/2007 esta notícia que tem a sua fonte na “Voz de Melgaço”, que como se sabe é um Jornal Local conhecido por não ser nada parcial, nem politicamente comprometido!

Desta notícia publico aqui o seguinte extracto:

«Foi também dito ao Sr. Director que isto não surgiu espontaneamente, pois este novo movimento de agrupamento é regenerador e traduz-se, não numa estrutura marginal minimalista e elitista, mas sim em quatro estruturas genuínas bem definidas. Pois estas são fruto de uma tomada de consciência mais alargada, do interior da população Castreja, que viu a necessidade de voltarem os olhos e as atenções empenhadas, para a sua terra e as suas raízes e para os enormes prejuízos que nos têm vindo a ser provocados pelos impreparados, pelos incompetentes e mal formados, e não esquecendo algum dos muitos interesses ilegítimos externos, que nem sequer respeitam a memória das suas próprias raízes».

Ora, assumindo que o que se diz neste extracto, corresponde ao que foi dito na reunião em causa, gostaria de saber se o caro conterrâneo que proferiu estas afirmações tem consciência de que não falou em nome de todos os compartes Castrejos! Pelo menos em meu nome não falou! E embora eu não seja comparte porque não sendo morador em Castro, não me encaixo na definição de comparte prevista no n.º 3 do art. 1.º da Lei n.º 68/93, de 4 de Setembro, a minha família é-o tanto como o caro conterrâneo que proferiu tais afirmações! Isto no pressuposto que o caro conterrâneo é, legal e efectivamente, morador em Castro, porque se não o for é tão comparte como eu!

De qualquer forma, saiba o caro conterrâneo (que suponho seja um dos representantes dos Conselhos Directivos das associações de Baldios recentemente constituídos) que pelo menos eu e a minha família:

  • Não nos inserimos nessa “tomada de consciência mais alargada do interior da população castreja que viu a necessidade de voltarem os olhos e as atenções empenhadas para a nossa terra e para a sua terra e para as suas raízes”. O caro conterrâneo e os que ele representa é que têm andado distraídos ou mal informados, pois há gerações e gerações de castrejos que voltaram e continuam a voltar olhos e as atenções empenhadas para a nossa terra e para as suas raízes.
  • Não nos sentimos prejudicados pela Administração de Baldios que anteriormente geriu todos os baldios das freguesias.
  • Não somos malcriados, insolentes e arrogantes ao ponto de insultar os castrejos que pertenceram à anterior Administração dos Baldios (alguns já falecidos), chamando-lhe impreparados, incompetentes e mal formados. Pelo contrário, temos por eles e por todos os castrejos (até prova em contrário) a máxima estima e consideração e sentimos gratidão pelo trabalho que desenvolveram tanto nessas como noutras funções com interesse para a freguesia.
  • Não sabemos a que interesses ilegítimos externos se referiu! Quererá o caro conterrâneo concretizar e objectivar?

Em suma, gostaria que o caro conterrâneo ficasse a saber que, embora a ele lhe possa ter parecido, na sua inconsciente ou consciente sobrançaria, que falou e fala em nome de todos os compartes castrejos, não o fez, nem o faz, nem nunca o fará, porque não tem legitimidade para isso e, mesmo que a tivesse, em meu nome e no da minha família não falou, nem fala, nem falará, isso garanto-lhe eu!

03/12/07

Castro Laboreiro - Aldeia de Portugal

A ATA classificou Castro Laboreiro como “Aldeia de Portugal”.

A ATA (Associação do Turismo de Aldeia) é uma associação fundada pela ADRIL (Associação de Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Lima), pela ADRIMINHO (Associação de Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Minho), pela SOL-DO-AVE (Associação de Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Ave) e a ATAHCA (Associação de Desenvolvimento das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave), que são, todas elas, entidades locais gestoras do programa LEADER.

«A ATA - Associação do Turismo de Aldeia tem por objectivos o apoio aos associados inscritos na Direcção Geral de Turismo nas modalidades de alojamento turístico no âmbito do Turismo de Espaço Rural, e designados por Turismo de Aldeia, Casas de Campo, Casas de Abrigo, e outras que venham a ser consideradas na lei, bem como a defesa dos seus interesses específicos e a garantia da genuinidade do produto turístico, tais como:

-Desenvolver as relações públicas e de representação exigidas pelo dever que lhe incumbe de ser protagonista comprometido perante o produto turístico e o seu desenvolvimento ambiental, económico e social;
-Promover a realização de jornadas de estudo, Seminários, Congressos e realizações similares;
-Conduzir acções de promoção e comercialização do produto turístico dos seus associados, tanto no país como no estrangeiro;
-Participar em reuniões oficiais, feiras e outras manifestações em que o Turismo de Aldeia deve fazer-se representar;
-Elaborar meios de divulgação, tais como brochuras, mapas, vídeos e diapositivos;
-Elaborar meios de divulgação, tais como brochuras, mapas, vídeos e diapositivos;
-Especificar condições, preços, serviços a prestar e níveis de qualidade;
-Manter e fazer funcionar uma sede e os serviços convenientes, entre os quais, marcações, reservas e atendimento;
-Associar-se ou filiar-se em outros organismos quando tal se mostre conveniente.

O Projecto “Aldeias de Portugal” «é dirigido para os seguintes aspectos:
-Alojamento
-Artesanato
-Produtos locais
-Itinerários culturais
-Património cultural».

E os seus objectivos gerais são:

- Potenciação do Turismo no espaço Rural e aumento das actuais taxas de ocupação.
- Fixação e rejuvenescimento das populações rurais.
- Valorização e intercâmbio cultural.
- Recuperação e promoção do Património Cultural Local.
- Criação de um complemento à economia familiar.
- Criação de uma rede europeia de alojamento em Turismo de Aldeia.

Por fim importa saber que «As Aldeias de Portugal constituem a rede nacional de aldeias rurais singulares insinuadas em paisagens idílicas, preservando um passado de tradições expresso no seu edificado, nas suas gentes, cultura, usos e costumes, que por sua vez integram a rede europeia Aldeias de Tradição/Villages of Tradition, definida pelos mesmos princípios».

in: http://www.aldeiasdeportugal.com.pt/main.php

Se querem a minha opinião, o futuro das terras economicamente deprimidas e demograficamente desertificadas, como Castro Laboreiro, passa por projectos desta natureza que potenciam o turismo de qualidade e simultaneamente estimulam a protecção do património e não por investimentos descaracterizadores da paisagem e do ambiente natural, tais como Barragens, Eólicas e quejandos. Mas esta é somente a minha modesta opinião.